domingo, 27 de abril de 2008

Caracterização histórica e heráldica da vila

A vila de Sesimbra teve a sua origem na zona muralhada do Castelo. Consta que esta foi fundada pelos Galo-Celtas e Sarrios no ano 300 a.C., contudo o que se sabe ao certo é que caiu nas mãos dos Mouros quando da sua invasão e fixação na Península Ibérica. Sesimbra foi conquistada aos árabes em 1165, por D. Afonso Henriques, mas o seu Castelo foi novamente ocupado e mais tarde reconquistado por D. Sancho I em 1199, com a ajuda dos Francos. A estes, fica depois entregue a defesa e o povoamento da nova terra, a quem o Rei concede foral em 1201. Em 1236, Sesimbra é doada pela Coroa aos CavaLeiros da Ordem de Santiago, na pessoa do Grão-Mestre D. Paio Peres Correia, doação confirmada por bula papal de 1245, e que incluía todos os direitos sobre o senhorio da Vila e do Castelo. A elevação a vila e a criação do concelho é feita por D. Dinis em 1323.
A história de Sesimbra acompanha de perto a própria história do país. Estão documentadas as várias épocas pré-históricas desde o Paleolítico até à ocupação romana e árabe, nos testemunhos arqueológicos preciosos, encontrados um pouco por todo o concelho. São acontecimentos arqueológicos importantes as Lapas do Fumo, da Furada e do Bugio, o Castelo e a necrópole do Casalão. Para o período romano encontraram-se algumas cerâmicas na Lapa do Fumo, moedas no Castelo, sepulturas e outras cerâmicas no Vale da Palha e os cepos e fragmentos de ânforas do Mar de Ancão e da Baixa do Cabo Espichel. Para o período da dominação árabe e da conquista de Sesimbra, foi descoberto um número considerável de moedas, na Lapa do Fumo.
As origens do topónimo Sesimbra são desconhecidas e o problema tem originado diversas especulações. Enquanto uns dizem que o seu nome vem de Zambra, origem romana, outros afirmam ter sido Sesimbrigue, de origem celta, Zimbra Celtibera ou ainda Caspiana que a geografia ptotomaica situava na zona da Arrábida. Outros julgam ter derivado de Sisimbrion, vocábulo grego que designaria a colónia que viveu no lugar onde serviu a Ribeira, actual Vila. Sabendo-se como as palavras evoluem, e como é lenta e demorada a fixação da sua grafia, registe-se que em documentos dos séculos XI e XII já se encontram a forma Sisimbria e Sesimbria.
O concelho de Sesimbra foi constituído por dois brasões um no século XIV e outro no século XX e que se mantém até aos dias de hoje. O primeiro representando uma águia pousada no castelo e um cão a fugir, apenas foi reconhecido no século XVI e simbolizava a lenda e história da conquista do Castelo de Sesimbra aos Mouros pelo primeiro rei de Portugal. A águia representava o rei D. Afonso Henriques que, ao conquistar o castelo, local de pouso da águia, forçou os Mouros a fugir, simbolizados pelo cão ou lebreu do deserto a olhar para trás. Por sua vez no século XX, foi criado um novo brasão, aquele que é usado actualmente, e que é apresentado por quatro castelos identificadores do estatuto de concelho, com banda por debaixo com topónimo da sede de concelho. Este, enquadrado em fundo cerize, representa a cor da Ordem Militar de Santiago, com um Castelo que simboliza a primitiva povoação castelar. A memória muçulmana está retratada pelos crescentes sobre as torres laterais, e a posterior incorporação na Ordem Militar de Santiago representada pela cruz, no meio da torre maior do Castelo. Todo o conjunto tem como base as ondas verdes, que simbolizam os campos do concelho, e as ondas prateadas, que representam o mar.






Brasão do século XIV Brasão do século XX

O concelho de Sesimbra situa-se no Sudoeste da Península de Setúbal, possui uma área de 194,98 quilómetros quadrados e integra a Área Metropolitana de Lisboa. É limitado a Norte pelos municípios de Almada e Seixal, a Nordeste pelo Barreiro, a leste por Setúbal e a Sul Oeste pelo Oceano Atlântico. A sua linha de costa, com múltiplas paisagens, estende-se desde a Lagoa de Albufeira até à Serra da Arrábida e compreende três freguesias (Quinta do Conde, Sesimbra-Castelo e Sesimbra-Santiago).

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